Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

Mais RACISMO

Professor quilombola é agredido e baleado por policial militar em Goiás

Ozenildo Dias Soares da comunidade Kalunga foi surpreendido pela violência do oficial à paisana

04.set.2020 às 17h14
São Paulo (SP)
Marina Duarte de Souza

Formatura de Ozenildo Dias Soares, de 25 anos, professor da rede estadual no quilombo Kalunga, nordeste de Goiás. - Reprodução Facebook

“Ele teve sorte, porque eu atirei na cabeça para matar”, essa foi a frase que o policial milita, Juan Matheus Quirino Nunes teria dito para mãe do professor Ozenildo Dias Soares, que tinha acabado de chegar ao hospital após ter sido agredido e baleado pelo oficial em Monte Alegre, Goiás, na noite de terça-feira (1).

Segundo o Brasil de Fato apurou o professor da rede estadual, que atende a comunidade quilombola Kalunga, nordeste do estado, foi agredido quando havia acabado de sair da casa de um colega, onde revisava diários de classe. Ele tentava ar de carro por um via que estava bloqueada pelo carro à frente ao seu que era do policial, não era uma viatura, e estava com a porta aberta. De acordo com relatos, neste momento o policial militar estava agredindo violentamente um menor negro identificado como R.F.R.

::Confundido com ladrão, mestre capoeirista é agredido por PMs com o filho no colo::

Vestido à paisana, o oficial então abordou o professor e obrigou a descer do carro batendo algumas vezes a arma na cabeça da vítima. Soares chegou a tentar se defendeu com uma garrafa e, como não sabia que o agressor era aspirante da PM, disse que iria chamar a polícia. Como relata em um vídeo publicado pela Associação Quilombo Kalunga nas redes sociais.

“Ele veio de lá valentão, sai do carro, sai do carro. Na hora que fui sair no carro ele meteu o revólver na boca. Começou a dar com o revólver na minha cara, me bater. ‘Não moço! Para! Vou correr e chamar a polícia’. Quando eu falei chamar a polícia ai ele atirou em mim”, contou ainda Soares ainda atordoado com a violência. 

No registro os familiares chegam a perguntar se o policial pediu alguma identificação e o professor responde que não.

O policial militar baleou o professor no braço e na cabeça – o tiro dado na cabeça pegou de raspão. Ferido, Soares correu até a igreja e conseguiu auxílio para ser levado até o hospital municipal de Monte Alegre. O agressor perseguiu o professor até o hospital. 

Leia mais.: Aranha e o preço de denunciar o racismo no futebol: "Paguei com a minha carreira"

Nesse momento, segundo relatos, Nunes intimidou as enfermeiras, entrou no quarto com a vítima em cima da maca, o agrediu novamente e ameaçou. A mãe da vítima chegou perguntando o que tinha acontecido e foi aí que o policial reproduziu a intenção de matar o professor.

Soares teve que ser transferido para Goiânia para uma cirurgia de emergência, mas a bem e está em local seguro para se resguardar com a família. O policial foi detido pela Polícia Civil de Campos Belos, cidade vizinha a Monte Alegre e que investiga o caso. 

A reportagem procurou o delegado Carlos Eduardo F. da Cruz, que dirige a unidade, mas ele informou que as investigações seguem em sigilo e não daria entrevista sobre o caso. O delegado apenas confirmou que a Justiça concedeu liminar para prisão preventiva do policial.

Entretanto, outros veículos de comunicação locais apresentaram um relatório da Polícia Civil sobre o caso. Entre as informações estaria o fato que a corporação decidiu investigar o ocorrido “após ouvir a enfermeira que disse que o aspirante teria entrado transtornado, ameaçando matar a pessoa de Ozenildo Soares”. Há registros das câmeras de segurança, que mostram que o professor e o jovem agredido falavam a verdade.

::Remoção de quilombolas no Maranhão é ilegal, diz nota assinada por 161 entidades::

Mas mesmo com provas, o relatório ainda privilegia a versão do agressor ao citar que “dada a violência com que o professor partiu para cima do policial”, este “fez uso de sua arma em evidente ato de legítima defesa, com disparo de arma de fogo”, segundo reportagem do O Popular.

Para o grupo jurídico de defesa de Soares “foi totalmente covarde e violenta a ação do militar diante dessa situação. Além de agredir no local, perseguiu. Isso é tentativa de homicídio”. De acordo com os advogados, a Polícia Civil imputou a Juan Matheus o delito de constrangimento ilegal majorado pelo uso de arma de fogo, fraude processual, coação e ameaça, mas não há inclusão de tentativa de homicídio. 

O professor ainda não foi chamado para depôr, segue sem medidas de proteção à vítima, e preferiu não dar entrevista para se resguardar com a família devido à violência da ação. 

“Algumas medidas de proteção da vítima, familiares e pessoas que atuam, os advogados, também, de tentar resguardar e dar maior segurança para que atuar e fazer um trabalho efetivo”, afirmou o grupo jurídico. 

Em nota, a Polícia Militar diz que o caso foi devidamente registrado no dia 1º de setembro e que as circunstâncias do fato, bem como as versões apresentadas no Boletim de Ocorrência, serão apuradas pela delegacia de Campos Belos, como também pela Corregedoria da Polícia Militar.

“Parem de agredir nossa população negra!”

Já houve outros casos de situações violentas na região, segundo relatos, em que as pessoas não chegaram a denunciar, mas nesse caso “ultraou o limite da tolerância do povo Kalunga”.

A Associação Quilombola Kalunga (AQK) publicou a nota “Parem de agredir nossa população negra!”, que repudia “com veemência a violência sofrida pelo professor” e exige a apuração rigorosa do caso. 

“Governador Ronaldo Caiado, a sociedade goiana quer acreditar que o senhor não compactua com esse tipo de comportamento na corporação que existe para proteger o cidadão. Queremos crer que o senhor também é sensível ao fim do racismo estrutural que ainda nos envergonha. A AQK conta com seu apoio para as devidas providências e medidas legais cabíveis”, diz o texto.

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) acompanha o caso e denuncia que a nível nacional há uma crescente escala de violência nos territórios quilombolas, como relata o coordenador do movimento, Biko Rodrigues.

“Nós tivemos um avanço significativo da violência nos territórios quilombolas, ligada à questão do território e e racial. Nós tivemos uma escalada muito grande do ódio e do racismo. Entre 2017 e 2019, foram anos muitos sangrentos na luta quilombola”, expressa Rodrigues.

De acordo com ele, a Conaq auxilia a comunidade com um coletivo jurídico, está acionando todos os meios legais para que estas pessoas sejam punidas e responsabilizadas e pontua como “inissível” a agressão sofrida pelo professor kalunga.

“Nós lamentamos muito o corrido e estamos buscando justiça para o nosso companheiro quilombola, professor e cobrar do Estado a responsabilidade dele, porque ele tem uma responsabilidade muito grande em proteger nossas vidas”, declara. 

O Movimento Negro Unificado (MNU) também se pronunciou contra a violência e manifestou seu apoio e solidariedade a comunidade. “O jovem negro Ozenildo foi vítima de uma ação violenta inaceitável que está, infelizmente, presente no cotidiano dos jovens negros do país, nos grandes centros e no interior, e que revela as marcas perversas do racismo, que na maioria dos casos termina no assassinato da juventude negra. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no país pelo simples fato de ser negro”, pontua a nota.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
Tags: goiáskalungapolícia militarquilombo kalungaviolência policial
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Censo IBGE

Sociólogo vê ‘cansaço’ com extremismo político como fator de freio ao crescimento evangélico no Brasil

Mobilidade desigual

BdF e Fundação Rosa Luxemburgo lançam documentário ‘Tarifa Zero: Cidade em Disputa’, sobre mobilidade urbana desigual

AGROBIODIVERSIDADE

Plantas Alimentícias Não Convencionais voltam a ser destaque desde São Lourenço do Sul (RS)

Fé e luta

48ª Romaria da Terra do RS tem tema e lema definidos

futuro possível

Mais de 30 entidades indígenas exigem poder de decisão efetivo na COP30 e proteção dos territórios como ação climática prioritária

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.