Surgido em 2011, o movimento “Copa pra Quem"> Copa América no país, e vê diferenças entre os dois megaeventos.
“Parar a Fifa, uma megacorporação transnacional, não era possível. Tanto que o mote nunca foi ‘Não vai ter Copa’; esse mote surgiu na rua. Uma coisa muito louca foi a história do ‘não queremos estádio, queremos hospital’; isso apareceu na rua, não era um mote do movimento. Mas o interessante é que isso é prioridade hoje, tem gente morrendo, precisamos de hospitais”, afirma Mattar.
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A ativista pondera que as semelhanças das duas copas “estão na violação de direitos da população” e não crê em uma articulação contra a realização da Copa América. “Hoje o movimento é contra o Bolsonaro, contra esse governo da morte, e estamos vendo uma grande movimentação, semana ada tivemos um ato grande como eu não via há anos. Não teremos um movimento contra a copa, mas contra esse governo. Em 2014, a nossa pauta não era a vida, hoje estamos lutando para sobreviver.”
Sete anos após a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, Mattar acredita que o “Copa pra Quem?” deixou importantes contribuições para a população. “O movimento tinha como objetivo questionar as violações e resolver algumas delas. Por exemplo, muitas comunidades foram despejadas para que a copa acontecesse. Mas tivemos vitórias. Em São Paulo, por exemplo, a Favela da Paz não foi despejada. Isso graças ao Comitê Popular da Copa com a comunidade da Favela da Paz, isso foi algo que ficou, as pessoas não foram despejadas.”
Brasil 2021
A Conmebol está em apuros. Após Colômbia e Argentina se recusarem a receber a Copa América 2021, principal competição de seleções da entidade, o governo brasileiro aceitou sediar o megaevento e agora corre contra o tempo para preparar os estádios, infraestrutura e logística para as equipes.
Porém, a repercussão sobre a realização da copa no Brasil, país com maior número de casos e de mortes por coronavírus na América do Sul, foi negativa em todo o continente e os capitães das seleções estão conversando para decidir se haverá um boicote ao torneio.
No Brasil, os jogadores devem se posicionar após o jogo contra o Paraguai, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, que acontece na próxima terça-feira (8). Na última sexta-feira (4), em entrevista à TV Globo, Casemiro, capitão da seleção brasileira, falou sobre o tema.
“Nosso posicionamento todo mundo sabe, mais claro impossível. Tite deixou claro nosso posicionamento e o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e uma hierarquia que temos que respeitar, e claro que queremos dar nossa posição”, explicou Casemiro.
O jornal AS, da Espanha, noticiou que os jogadores e a comissão técnica da seleção brasileira já decidiram não disputar a Copa América. O desfecho da contenda pode ser a demissão do treinador do Brasil, Tite, que estaria incomodado pelo uso político do torneio por parte do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, que aceitou sediar o certame em parceria com Jair Bolsonaro (sem partido), sem consultar os atletas da equipe.