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Início Política

Entrevista

Transição: Igualdade racial precisa estar no centro do debate político, defende Yuri Silva

Membro da equipe de transição de Lula, Yuri analisa o papel dos movimentos sociais e do antirracismo no próximo governo

30.nov.2022 às 08h52
Feira de Santana (BA)
Lorena Carneiro

Yuri destaca que o combate ao racismo precisa ser uma pauta transversal a todas as lutas e um tema central do governo Lula - Arquivo pessoal

Ao menos vinte nomes baianos já foram indicados para compor as equipes técnicas do governo de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Dentre eles, a nomeação de Yuri Silva ganhou destaque. Através de uma indicação coletiva de 14 organizações do movimento negro, Yuri, que é coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN), se somou ao GT Igualdade Racial ao lado de nomes como Nilma Lino Gomes, Douglas Belchior e Iêda Leal. 

Em entrevista ao Brasil de Fato Bahia, Yuri, que é também coordenador de Direitos Humanos do Instituto para Reforma das Relações Entre Estado e Empresa (IREE), resgata a sua trajetória no movimento negro, analisa a centralidade da luta antirracista no país e aponta o papel dos movimentos populares no terceiro mandato de Lula.

Leia também: Conheça os baianos indicados para a equipe de transição de Lula

Brasil de Fato Bahia: Uma característica importante da indicação do seu nome para a equipe de transição do governo Lula é que foi uma indicação coletiva de 14 organizações do movimento negro. Hoje você é também coordenador do Coletivo de Entidades Negras, que é uma das principais referências na luta antirracista no país. Para você, como homem negro, baiano, qual a importância de ser parte de uma coletividade tão potente? Poderia nos contar um pouco dos seus primeiros os nessa militância?

Yuri Silva: Me sinto muito feliz, muito realizado de representar o Coletivo de Entidades Negras, mas também concentrar a responsabilidade de representar 14 organizações nacionais históricas do movimento negro nesse espaço. Entidades como a CONEN, o MNU, os APNs, a UNEGRO, Círculo Palmarino, como a ABPN e tantas outras que me confiaram a tarefa de, no governo de transição mais importante da história do nosso país, representar as pautas do povo negro. 

Leia também: Grupo de transição de Igualdade Racial pede que todos GT’s adotem políticas antirracistas

Então me sinto feliz, me sinto realizado, porque lá atrás quando eu comecei eu jamais pensaria isso. Eu sempre tive a pauta racial como algo importante pra mim por sentir na pele os efeitos do racismo. Eu começo a militar mais especificamente em 2012, quando eu entro na universidade, e ali eu sou apresentado presencialmente a algo que eu já via no comecinho das redes sociais, das mídias, que era o movimento negro, o movimento estudantil, e toda aquela efervescência da intelectualidade universitária. Então cheguei na universidade com todos os meus ideais, minhas defesas. Foi um lugar também de transição estética, de crescimento do cabelo, de assunção de uma estética afro, e ali eu fui conhecendo gente. 

Eu conheci o Coletivo de Entidades Negras durante as jornadas de junho de 2013 e ali decidi militar organicamente na organização. Cinco anos depois, em 2018, após coordenar projetos e iniciativas do Coletivo de Entidades Negras, viro coordenador nacional da instituição, que está presente em 15 estados e em mais de 20 municípios da Bahia. E na Convergência Negra estou construindo desde o começo, desde 2016, quando foi fundado esse fórum de unidade das organizações negras do movimento social negro pra disputar a realidade política.

Leia também: Participação civil: movimentos populares se reúnem pela primeira vez com equipe de transição

E agora com esse convite, com essa designação que as entidades componentes da Convergência Negra me deram, eu tenho a oportunidade de contribuir na formulação de políticas públicas para colocar a igualdade racial no centro do debate nacional, no lugar que lhe é devido, que não é de política setorial. Não pode ser setorial uma política que trata de 56% da população negra, mas sim no lugar de uma política central, transversal, intersetorial, e que promova direitos, que promova ações capazes de mudar a realidade deixada pela chaga social da escravidão que vigorou durante 400 anos do nosso país.

Nosso desafio, portanto, é muito grande nessa transição histórica. Depois de derrotar o fascismo nas urnas, depois de apontar que a democracia e o respeito às diversidades, às minorias e maiorias vulnerabilizadas são a política que nos diferencia, são o antídoto ao ódio, ao rancor e à desconstrução.


Em março deste ano, Yuri integrou comitiva do CEN em Nova York para debater a situação política do Brasil e a violência policial contra a população negra / Reprodução Facebook

Estamos no novembro negro, que aqui na Bahia tem um significado ainda mais importante para o nosso povo. Esse é um mês em que muitos veículos colocam a cultura afrobrasileira com mais centralidade nas suas produções, o que infelizmente não acontece durante o resto do ano. Qual a importância de, durante o novembro negro, mas também ao longo de todo ano, darmos destaque também à vida, aos saberes, à diversidade do povo negro? Como mudar esse enquadramento na comunicação?

A comunicação é uma aliada das narrativas, seja das narrativas à esquerda, seja das narrativas historicamente construídas pela extrema-direita ao redor do mundo. Então essa discussão que se traz com o 20 de novembro e por causa da qual se intensifica a agenda de palestras, precisa ser pensada como uma data de marco de disputa permanente, uma disputa política que não vai acabar nesse governo nem no próximo, uma disputa política que coloque o povo negro na centralidade.

E o 20 de novembro garante isso porque é uma data de luta dos movimentos sociais negros. Então é por meio da mobilização social, ou seja, de colocar gente na rua, que o movimento social negro diz qual o seu tamanho dentro da política e dirá, no ano de 2022, agora já no governo de transição. São os movimentos sociais, a luta e a pressão dos movimentos que garantem o avanço da política e o combate ao racismo.

Não pode ser setorial uma política que trata de 56% da população negra, mas sim no lugar de uma política central, transversal, intersetorial, e que promova ações capazes de mudar a realidade

Um dos desafios do governo de transição é obter dados e informações do governo Bolsonaro para que o governo Lula consiga planejar o seu mandato. Quais os principais desafios que vocês avalia que o governo Lula precisará enfrentar para lidar com todo o retrocesso do último período?

Nós temos trabalhado para obter esses dados, nós solicitamos ao governo e a gente tem o TCU como aliado. Se o governo não entregar, nós vamos acioná-lo por meio do TCU e aí as informações vão chegar de alguma forma. Além disso, nós também temos recorrido a órgãos de controle, como a Defensoria Pública, que é um órgão de o à justiça e outros órgãos de controle que nos façam chegar aos dados e nos auxiliem com informações. 

Eu acredito que o presidente Lula vai ter que lidar muito com o desmonte da máquina, com o desvirtuamento que foi praticado do fim da máquina pública. Nos últimos 4 anos nós vimos a máquina pública ser utilizada para fins pessoais, familiares, ao invés de ser utilizada para fins públicos, para garantir a universalidade e efetividade da política pública. Então o desafio do governo Lula vai ser retomar essa virtuosidade da política pública.

São os movimentos sociais, a luta e a pressão dos movimentos que garantem o avanço da política e o combate ao racismo

Reconstruir cada política, cada espaço de controle social, conselho, conferência, plano da política pública é o mínimo para conseguir fazer com que o governo tenha participação popular. Mas mais do que isso, ele precisa ter diálogo amplo com os movimentos sociais no sentido de garantir a governabilidade nas ruas. Esse terceiro mandato de Lula tem que, necessariamente, ter mais espaço e fortalecer os setores populares organizados. Porque já ficou demonstrado que, no fim do dia, quando o bicho pega, quem vai pra rua defender é o movimento social. E pra o movimento social mobilizar e ir na rua, ele tem que ter conquistas pra garantir de pé a mobilização, a narrativa do seu povo, da sua base.

Leia também: Fome, trabalho e Teto de Gastos: os primeiros desafios econômicos de Lula

Nós precisamos garantir o fortalecimento dos movimentos com um canal de diálogo permanente e profundo do governo com os movimentos para darmos conta dessa tarefa de garantir a fortificação do movimento social e, por consequência, do governo. É o movimento social que garante a governabilidade. 

Na Bahia, o PT elegeu ao governo Jerônimo Rodrigues, um nome que até então era desconhecido do grande público, mas que tem uma trajetória política muito ligada ao campo e aos movimentos populares. Qual o significado da eleição de Jerônimo e como avalia os desafios que ele irá enfrentar nesse mandato?

A eleição de Jerônimo significa a retomada de uma política mais próxima dos movimentos sociais. Sei que a gente teve 16 anos de governos petistas, mas a gestão do governador Rui Costa teve uma característica de menos diálogo no último período com os movimentos sociais, diferente do nosso senador Jaques Wagner, que sempre foi próximo aos movimentos. 

Leia também: Bahia: Jerônimo tende a ampliar diálogo com movimentos sociais, avalia cientista político

Jerônimo chegar no Palácio de Ondina significa a retomada desse diálogo mais próximo com os movimentos. Afinal, ele vem do movimento popular, é um engenheiro agrônomo, tem a pauta rural como central, e garantirá na sua gestão, não tenho dúvida, uma participação maior dos movimentos. 

Jerônimo terá muitos desafios. Como professor, ele terá o desafio de humanizar as políticas públicas no estado da Bahia, de colocar o povo baiano e os movimentos sociais no centro da elaboração de políticas. Vai precisar de  sensibilidade para associar movimento, povo e política pública. Então acho que o desafio de Jerônimo é esse, e isso a necessariamente por se diferenciar do atual governo, que foi um governo difícil para os movimentos sociais, embora progressista e do nosso campo. 

Editado por: Gabriela Amorim
Tags: igualdade racialracismo
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