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FORMAÇÃO

Apontamentos sobre o risco de golpe na Guatemala

Prevaleceu até aqui o fato de que os setores golpistas não têm maioria na sociedade guatemalteca e internacional

15.jan.2024 às 13h02
Curitiba (PR)
Rondó da Liberdade

O presidente eleito da Guatemala Bernardo Arévalo - Johan ORDONEZ / AFP

Como era esperado, houve muita expectativa, tensão e confrontos no dia da posse ontem (14) de Bernardo Arévalo, do partido Semilla, para presidência da Guatemala. Nas eleições de 2023, ainda no primeiro turno, houve a tentativa conduzida pelo Ministério Público do país para impedir a candidatura de Arévalo/Karin Herrera, que ao final venceu com 58% dos votos. A tentativa considerada de golpe tem mobilizado amplos setores, de movimentos camponeses e indígenas, até setores da igreja, mídia e empresariado.

Trata-se de um fato inédito, desde os Acordos de Paz no país, em 1996, a vitória de uma candidatura que não seja declaradamente de direita. Durante o século vinte, a Guatemala foi um palco de resistência por um programa nacional, democrático, popular e anti-imperialista. Recentemente, no período da pandemia, houve protestos massivos, nas ruas, criticando o atual sistema político e exigindo inclusive a bandeira de uma Constituinte.

No dia de ontem (14), como era esperado, tanto o Judiciário do país, como o congresso guatemalteco, buscaram tensionar e deslegitimar a posse de Arévalo, na tentativa de cassação dos parlamentares eleitos pelo partido Semilla. O que, ao final, atrasou a posse de Arévalo em nove horas, criou um clima tenso e gerou enfrentamentos nas ruas da capital e do interior.

Até este exato momento, apesar dos ataques do Judiciário e dos políticos tradicionais contra a nova chapa eleita, prevaleceu até aqui o fato de que os setores golpistas não obtêm apoio da maioria na sociedade guatemalteca e na opinião pública internacional. Ontem mesmo, presidentes de vários países acompanharam o a o do conflito, caso de Gustavo Petro (COL), Gabriel Boric (CHI). O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, também estava no país da América Central.

Organizações da sociedade civil, meios de comunicação, igreja católica, bem como frações do empresariado não apoiam as ações do ministério público. Até mesmo a instância do judiciário responsável pelas eleições legitima a vitória do partido Semilla.

No entanto, é preciso prestar atenção, porque o governo dos EUA e a UE expressaram apoio à posse de Arévalo. Neste sentido, alguns analistas apontam interesse dos EUA em influenciar o futuro governo Arévalo para garantir um corredor de saída entre Oceano Pacífico e Atlântico – uma vez que o Canal do Panamá já não é gerenciado diretamente pelos EUA e a Nicarágua constroi neste momento um canal em parceria com a China.

Uma História de sangue

A Guatemala experimentou um período democrático entre os anos de 1944 a 54, sobretudo durante o governo de Jocobo Arbenz, que aplicou um processo de desapropriação das terras, voltadas para os trabalhadores sem-terra, em um país onde, ainda hoje, 80 por cento do povo detém apenas 10% das terras – de acordo com o livro do repórter Leonardo Severo – “A CIA contra a Guatemala” (Papiro Produções, 2015).

Em 1954, os EUA organizou bombardeios e um golpe de Estado contra o governo Arbenz, para garantir a exploração das empresas transnacionais bananeiras, conhecidas como “Octopus”, a Standard Fruit e a United Fruit, conhecidas na região também como “prisão verde”. É sabido que, à época, o jovem Che Guevara vivia no país, antes de conhecer Fidel no México, e extraiu da experiência na Guatemala a lição de não confiar no imperialismo estadunidense.

Historicamente, a Guatemala foi um dos três países na América Central que construiu fortes movimentos de libertação nacional entre os anos 60, 70 e 80. A guerra civil deixou um número de 250 mil a 400 mil mortos. Como aponta Noam Chomsky, o nível de brutalidade usado na repressão na Guatemala foi um verdadeiro laboratório dos EUA, usando, técnicas aprendidas com o nazismo, de tortura, aniquilamento e massacre de povoados. Se o Vietnã foi considerado um fracasso para os EUA, a Guatemala foi um êxito para o governo da América do Norte.

O ditador Efrain Ríos Montt, na década de 80, era convidado especial da Casa Branca e do presidente estadunidense Ronald Reagan. Condenado somente em 2013, o general promoveu a queima e destruição de 444 aldeias, em um país de maioria indígena, com a desculpa de cortar o apoio popular para manutenção dos guerrilheiros. Vale lembrar, recebeu ainda apoio militar especializado do Estado de Israel nos anos 80, de acordo com o livro “A Revolução Guatemalteca”, de Greg Grandim (Editora Unesp).

Em 1996, a dos Acordos de Paz, em toda a região, como aconteceu em El Salvador, em 1992, e com a derrota sandinista nas eleições de 1990, por um lado, selou o fim de um período de repressão e de embate entre as forças populares contra as forças de repressão, com indicativo de abertura eleitoral.

Porém, no marco de uma derrota estratégica, ocorreu a implantação do neoliberalismo no país, a entrada de transnacionais no campo expulsando o campesinato, a precarização do trabalho nas fábricas ‘maquilladoras’. A migração e a violência aram a ser realidades. Tudo isso não apenas nesse país, mas esse conjunto de políticas foi aplicado em toda a América Central, tornando-a um dos continentes mais violentos do mundo. Marcada por assassinatos a lideranças sindicais, a taxa de sindicalização na Guatemala é de 1,5% no setor privado. Aprofundou-se também a influência das igrejas pentecostais estadunidenses.


Indígenas protestam contra um possível golpe na Guatemala / Gustavo Rodas / AFP

 

REFERÊNCIAS:

https://rebelion.org/por-que-eeuu-batalla-por-la-democracia-en-guatemala/

https://ollantayitzamna.com/2023/11/27/corrosiva-injerencia-norteamericana-en-guatemala-y-en-el-salvador/

https://ollantayitzamna.com/2023/11/27/corrosiva-injerencia-norteamericana-en-guatemala-y-en-el-salvador/

 

FMLN, “La Revolución Democrática em Transición al Socialismo”, San Salvador, Julio del 2005.

GRANDIN, Greg. A revolução guatemalteca. Editora Unesp, 2002.

SEVERO, Leonardo. “A CIA contra a Guatemala” (Papiro Produções, 2015, com fotos de Joka Madruga).

Editado por: Pedro Carrano
Tags: américa latinagolpeguatemala
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