2024 é ano de eleições para prefeitura, e em Fortaleza as movimentações políticas já se iniciaram há bastante tempo. Os partidos ainda não apresentaram nomes definidos para concorrer à vaga, já que as convenções partidárias só acontecem em julho, mas as pré-candidaturas já mostram um pouco do que deve ser o cenário eleitoral para este ano. Até o momento, já existem seis pré-candidaturas confirmadas para a prefeitura de Fortaleza: José Sarto (PDT), atual prefeito de Fortaleza, candidato à reeleição; Capitão Wagner (União Brasil), ex-deputado federal, e um dos principais nome da oposição na disputa; André Fernandes (PL), deputado federal. Ele é um dos principais nomes da direita bolsonarista na disputa; na corrida pela indicação no PT, destacam-se nomes como a ex-prefeita e deputada federal Luizianne Lins, junto aos deputados estaduais Larissa Gaspar e Guilherme Sampaio, e o deputado estadual Evandro Leitão, ex-PDT, agora PT e ainda temos o senador Eduardo Girão (Novo). Claro que toda essa configuração pode sofrer mudança até julho.
Rafael Rocha, mestre em Comunicação (UFC) e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (OP/UFPR) explica que é possível que algumas pré-candidaturas sejam retiradas antes desse prazo, como é comum acontecer em eleições municipais. Outros candidatos, de acordo com ele, também podem ter chances de se destacar na disputa, dependendo do cenário político local e das estratégias adotadas pelos partidos.
Ainda há muito tempo até as eleições municipais, que acontecem em outubro. Nesse período, segundo Rafael Rocha, é possível que aconteçam mudanças significativas na configuração da corrida eleitoral para a prefeitura de Fortaleza. Ele pontua algumas dessas possíveis mudanças. “As eleições municipais são sempre influenciadas pelo cenário político nacional. Os partidos políticos ainda estão definindo suas estratégias para a disputa municipal. Essas estratégias podem ter um impacto significativo na corrida eleitoral. Por exemplo, se um partido decidir lançar um candidato surpresa, isso pode mudar o cenário da disputa. As alianças políticas também podem mudar até as eleições. Isso pode acontecer por diversos motivos, como divergências ideológicas, disputas por cargos ou a busca por um melhor desempenho eleitoral. A participação da população nas eleições municipais é essencial para garantir uma disputa justa e transparente. Se a população estiver engajada na disputa, isso pode ajudar a garantir que o melhor candidato seja eleito”.
Questionado sobre quais os prováveis caminhos que serão tomados no que se diz respeito à aliança política, Rafael afirma que ainda é cedo para dizer quais serão os prováveis caminhos que serão tomados. No entanto, de acordo com ele, é possível identificar algumas tendências. “Sarto, atual prefeito de Fortaleza, expressa sua intenção e deve concorrer à reeleição pelo PDT, mesmo em meio à crise interna no partido, marcada por divergências entre as alas ligadas aos irmãos Cid e Ciro Gomes. Com o respaldo de Ciro, ex-prefeito Roberto Cláudio e do presidente nacional interino do PDT, André Figueiredo, Sarto emerge como o candidato preferido para o próximo ano. Por outro lado, Cid Gomes propõe uma união entre pedetistas e o PT, do governador Elmano de Freitas e do ministro da Educação Camilo Santana”.
E continua, “Os pré-candidatos Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL) irão disputar os votos do eleitorado conservador, alinhados com as ideias do bolsonarismo. Wagner é um político mais experiente, com um discurso conservador, porém, mais flexível. Já Fernandes é um pré-candidato mais jovem, mais radical e tem o próprio apoio do ex-presidente. Vai ser interessante observar como essas candidaturas serão construídas, principalmente durante o período eleitoral. A disputa interna do PT pode se prolongar até o prazo final para a definição do candidato, que é o dia 15 de agosto de 2024. Se o PT conseguir definir um candidato único, esse candidato terá boas chances de disputar o segundo turno da eleição. O PT tem uma base eleitoral forte em Fortaleza e, se o candidato for bem posicionado no espectro político, poderá atrair o voto de eleitores moderados e progressistas”.
Os pré-candidatos Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL) irão disputar os votos do eleitorado conservador, alinhados com as ideias do bolsonarismo / Foto: Amanda Sobreira
Pesquisas eleitorais
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou em seu site que a partir do dia 1º de janeiro deste ano todas as entidades ou empresas que realizarem pesquisas de opinião pública sobre intenção de voto em eventuais candidatas e candidatos às Eleições Municipais de 2024 devem fazer o registro prévio do levantamento no TSE. De acordo com a entidade, o registro da pesquisa na Justiça Eleitoral deve ocorrer até cinco dias antes da divulgação dos resultados e deve ser acompanhado das informações previstas no artigo 33 da Lei das Eleições (Lei n° 9.504/1997). As pesquisas que serão registadas podem ser consultadas no site do TSE.
“As pesquisas eleitorais são ferramentas importantes para medir a opinião pública e orientar as estratégias dos candidatos. No entanto, é importante ressaltar que as pesquisas não são infalíveis. Elas podem ser influenciadas por uma série de fatores, como o método de pesquisa, o tamanho da amostra e o momento da pesquisa. Os eleitores podem ficar atentos às pesquisas que serão divulgadas a partir de agora, mas é importante ter em mente que as pesquisas podem mudar ao longo do tempo. As pesquisas podem ser influenciadas por uma série de fatores, como os acontecimentos políticos, a economia e a campanha eleitoral. No entanto, é importante lembrar que as pesquisas não são a única fonte de informação que os eleitores consideram na hora de escolher o seu candidato”, informa Rafael.
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