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Início Política

TAXAÇÕES

Minas Gerais e a nova guerra comercial de Trump: o que esperar?

Economistas afirmam que é provável que impactos indiretos ocorram devido às interações entre os mercados globais

07.fev.2025 às 16h53
Belo Horizonte (MG)
Lucas Wilker

Questionamentos sobre os impactos de uma possível taxação no Brasil tomaram conta das conversas entre brasileiros - Foto: Alan Santos/ABr

Desde que foi eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump tem tomado medidas econômicas controversas na aplicação de taxas adicionais a alguns países. Na terça-feira, a China foi o alvo, já que começou a vigorar uma taxação adicional de 10% aplicada aos produtos do país. 

Pequim reagiu e também resolveu impor tarifas a produtos americanos, como carvão, gás natural e maquinário agrícola. Já na segunda-feira (3), o México e o Canadá conseguiram diálogo com o presidente para suspender uma sobretaxação de 25%. 

Questionamentos sobre os impactos de uma possível taxação no Brasil tomaram conta das conversas entre brasileiros. Mas, e em Minas Gerais? Haveria algum impacto específico? O Brasil de Fato MG conversou com economistas para esclarecer as dúvidas e entender melhor o cenário.

Efeitos nas exportações de produtos primários

Minério de ferro e soja vão majoritariamente para a China e café para a Europa. Assim, impacto imediato seria limitado

Weslley Cantelmo, doutor em Economia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do Instituto Economias e Planejamento, destaca que o impacto está associado a pauta de exportação de Minas Gerais, fortemente concentrada em produtos primários como minério de ferro e petróleo cru. 

“No caso desses produtos primários, o impacto pode nem ser tão grande. Pode haver alguma queda, dependendo das mudanças de rota que os compradores norte-americanos decidam fazer. Por exemplo, no petróleo cru, eles podem intensificar compras de outras fontes. Para o minério de ferro, essa mudança já é um pouco mais difícil. No caso dos alimentos, a gente exporta, mas nem tanto. Eles poderiam reforçar a produção interna ou trocar fornecedores, algo que já vêm fazendo”, explica. 

Para ele, o impacto pode não ser tanto no volume, mas sim no preço e poderia haver um aumento nos preços globais desses produtos. Se os EUA adotarem barreiras, na avaliação do economista, isso pode pressionar os preços internacionais e gerar uma inflação interna no mercado norte-americano.

“Não sei se eles vão investir tanto nisso, porque tem um efeito de encarecimento para o próprio consumidor americano. Mas, para alguns produtos como o aço e alimentos, eles já fazem isso em momentos pontuais para proteger a produção interna. Aí, sim, afeta bastante o faturamento das empresas brasileiras”.

9% a 10% das exportações do estado têm os EUA como destino

Ricardo Ruiz,  professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, complementa que, para Minas, o impacto direto seria modesto, dado que apenas 9% a 10% das exportações do estado têm os EUA como destino.

“Minério de ferro e soja vão majoritariamente para a China, enquanto o café é destinado principalmente à Europa. Assim, o impacto imediato seria limitado”, avalia.

Impacto setorial e regional  

Weslley aponta que setores específicos, como o de aço e alumínio, podem sentir um impacto mais direto, especialmente em regiões como o Quadrilátero Ferrífero e o Vale do Aço. 

“O efeito local é ruim. Essas indústrias tendem a reduzir o ritmo de produção, podendo gerar demissões. Mas, para a economia mineira como um todo, o impacto é localizado”, pondera. 

Segundo ele, na arrecadação, o efeito também varia. No caso do aço, que é um produto mais acabado, tem imposto de exportação, então a arrecadação pode cair. Já o minério de ferro não paga imposto de exportação, então não teria esse impacto tributário.

Ricardo Ruiz concorda e ressalta que, mesmo em setores como o automotivo, que possui uma fábrica em Minas exportando para os EUA, o impacto seria pontual. 

“Os impactos seriam pontuais, pequenos e bem circunscritos a alguns tipos de produtos, não atingindo setores inteiros”, diz.

Diversificação de destinos e flexibilidade

Apesar da concentração em poucos produtos, Weslley destaca que Minas Gerais tem uma diversificação geográfica nas exportações importante. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do país, o primeiro é a China.

“Exportamos para a China, Japão, Vietnã e Coreia. Isso nos dá alguma flexibilidade para remanejar exportações e minimizar os impactos das tarifas norte-americanas”, avalia.

Taxa de câmbio e competitividade 

Quanto ao impacto de possíveis taxas de juros nos EUA, o economista observa que um dólar mais forte pode desvalorizar o real, tornando as exportações brasileiras mais competitivas. 

“Mas recentemente, as incertezas geradas pelo próprio Trump têm causado um efeito contrário, valorizando moedas de países emergentes, incluindo o real. Se o real desvalorizar, as exportações brasileiras ficam mais competitivas, aumentando o faturamento das empresas exportadoras. Por outro lado, as importações ficam mais caras, o que pode afetar a aquisição de bens de maior valor agregado, como tecnologia, que hoje é majoritariamente importada da Ásia”, destaca. 

Ricardo Ruiz destaca a expectativa de redução dos juros americanos em 2025, o que poderia valorizar o real. 

“A expectativa de muitos é que haja uma redução da taxa de juros americana em 2025, o que tenderia a valorizar o real. Dessa forma, a taxa de câmbio, que hoje está em torno de 5,6 a 5,9, poderia cair para um patamar próximo a 5,0”, explica.

“Se isso ocorrer, os produtos importados tendem a ficar mais baratos, reduzindo a pressão inflacionária sobre os consumidores mineiros. Esse efeito pode ser particularmente sentido nos alimentos, melhorando o poder de compra da população”, continua. 

Por outro lado, enquanto a desvalorização do real incentiva as exportações, ela também pode elevar o custo dos alimentos e outros produtos essenciais, algo que tem sido uma grande preocupação dos brasileiros, segundo o professor da UFMG.

Possíveis retaliações e oportunidades internas

Se o Brasil aplicasse medidas de reciprocidade contra as tarifas dos EUA, Minas Gerais poderia ser afetada na importação de alguns produtos minerais, como briquetes de carvão e coque, e também na compra de máquinas, turbinas a gás, tratores e equipamentos para mineração, de acordo com Weslley. 

“Também importamos fertilizantes, pesticidas e reagentes de laboratório, sendo os fertilizantes os mais relevantes. Se houvesse tarifas sobre esses produtos, o agronegócio poderia ser afetado. No entanto, tecnologicamente, não é tão difícil o Brasil desenvolver a produção interna e reduzir a dependência dessas importações. Esse tipo de mudança exigiria medidas complementares, como incentivos fiscais, algo que não combina totalmente com o atual arcabouço fiscal”, complementa. 

Ainda assim, segundo ele, isso poderia ser uma oportunidade para fortalecer setores produtivos internos e mitigar a perda de sofisticação econômica que Minas Gerais vem sofrendo há décadas.

China e Europa

Ricardo Ruiz alerta que uma grande incerteza em relação à política econômica de Trump para o Brasil, e consequentemente para Minas Gerais, está nos possíveis conflitos com a China. 

Se afetar a China, nos afeta, já que o país é muito relevante para as exportações mineiras

“Como a demanda chinesa é muito relevante para as exportações mineiras, qualquer crise econômica ou recessão na China causada por tensões com os Estados Unidos poderia afetar diretamente a economia de Minas Gerais”, afirma.

O mesmo raciocínio se aplica à Europa. Caso Trump entre em conflitos mais acirrados com países como França e Alemanha, que são grandes mercados consumidores de produtos brasileiros e chineses, e essas economias enfrentem recessões mais profundas, a demanda por produtos exportados por Minas Gerais poderia ser impactada.  

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“Assim, os efeitos sobre Minas Gerais seriam indiretos, mas poderiam ser significativos dependendo da intensidade dos conflitos comerciais entre os Estados Unidos, a China e a Europa”, sinaliza. 

Mercados globais

Para o professor, além do impacto direto sobre as exportações mineiras, a política de Trump pode ter efeitos indiretos sobre Minas, especialmente em relação ao controle de exportações de produtos estratégicos para o Brasil.  

“Por exemplo, se Trump decidir restringir a exportação de petróleo ou componentes essenciais para a indústria brasileira, isso poderia afetar indiretamente a economia mineira, mesmo que o estado não tenha participação direta nesses setores. Um exemplo seria a Embraer, que poderia sofrer restrições para importar componentes americanos, afetando a economia nacional e, por consequência, Minas Gerais”, afirma Ruiz.  

Outro possível impacto, segundo ele, seria uma redução dos investimentos de empresas multinacionais americanas no Brasil. 

“No entanto, é improvável que os Estados Unidos consigam restringir totalmente as operações de suas empresas no Brasil, pois isso poderia abrir espaço para concorrentes europeus e chineses”, observa. 

Embora seja difícil prever com exatidão os efeitos das políticas de Trump sobre Minas Gerais, o professor afirma que é provável que impactos indiretos ocorram devido às interações entre os mercados globais.  
 

Editado por: Elis Almeida
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