Após reunião de negociação com representantes do Governo do Distrito Federal (GDF), nesta quinta-feira (5), os professores da rede pública distrital decidiram manter a greve. A proposta apresentada pelo governo foi considerada insuficiente pela categoria. A decisão de continuar a paralisação foi tomada em assembleia geral do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF).
O comando de greve foi recebido pela manhã no Palácio do Buriti pelo secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, pela secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, e pelo secretário de Economia, Ney Ferraz. Em conjunto, as pastas apresentaram quatro propostas para a categoria: 1) Convocação de 3 mil professores e professoras em dezembro/2025; 2) Prorrogação do concurso realizado em 2022; 3) Convocação de novo concurso público no segundo semestre; 4) Construção do calendário de reestruturação da carreira, com mediação do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), e a participação das secretarias Casa Civil, de Educação e de Economia, com conclusão em até 90 dias.
A negociação desta quinta (5) aconteceu após uma reunião entre representantes da categoria e o presidente do TJDFT, desembargador Waldir Leôncio Júnior, na véspera (4). Na ocasião, o magistrado se comprometeu a provocar o GDF para que fosse estabelecida uma mesa de conciliação.
Professores e orientadores educacionais lotaram o estacionamento da Funarte durante a assembleia realizada pela manhã. Parlamentares distritais e federais participaram do encontro e declararam apoio à luta dos servidores da educação.
“A luta de vocês é legítima. O governador [Ibaneis Rocha], desde o início da trajetória do segundo mandato, prometeu que daria um aumento à categoria, que daria dignidade, que implantaria e cumpriria o Plano Distrital de Educação. Ele não está cumprindo e mais do que isso, não se pode tratar uma categoria da forma como ele está tratando”, declarou a senadora Leila do Vôlei (PDT-DF).
Os deputados distritais reforçaram que vão manter a obstrução na Câmara Legislativa do DF (CLDF) e não votarão projetos de interesse do governo enquanto durar a greve.
“Parabenizo a cada um de vocês que, mesmo com a multa de um milhão por dia e com a ameaça de corte de ponto, mantêm o processo mais educador desse momento da história, ensinando aos alunos e a todo mundo o que é lutar pela educação”, afirmou Max Maciel (Psol-DF). “Reafirmo nosso compromisso com vocês. No que depender de nós na Câmara Legislativa, nenhuma pauta vai ser votada”, prometeu o parlamentar.
Próximos os
Uma nova assembleia geral dos professores e orientadores educacionais está marcada para a próxima terça-feira (10). Antes, na segunda (9), serão realizadas assembleias regionais. O comando de greve informou que as assembleias podem ser antecipadas caso haja negociações com o governo durante o fim de semana.